Associação de produtores de Videojogos Portugueses | Gamescom 2024
Associação de produtores de Videojogos Portugueses | Gamescom 2024

Entre 21 e 23 de agosto, a Gamescom, o maior evento de jogos do mundo, acolheu mais de 30 mil profissionais na área de business. Nos 230 mil metros quadrados existiram mais de
1400 pavilhões dos quais 48 representavam 37 países. Pela primeira vez, Portugal teve um pavilhão dedicado na zona de business, uma iniciativa possível graças aos esforços da Associação de produtores de Videojogos Portugueses (APVP), em conjunto com o eGames Lab e o Gaming Hub da Unicorn Factory Lisboa. Durante o evento, as empresas portuguesas tiveram a oportunidade de se reunir com outros profissionais da indústria e promover a internacionalização da indústria nacional.

A APVP começou a sua atividade em 2022, com uma direção liderada por Jeferson Valadares (Fortis Games), Rui Guedes (Ground Control Studios) e André Pais (Miniclip). Atualmente, a APVP conta com 29 associados e tem como missão fortalecer a indústria nacional de produção de videojogos, promovendo-a tanto dentro como fora de Portugal.
 
Nos últimos anos, Portugal tem assistido a um crescimento notável de produtores de videojogos. Este aumento significativo reflete a resiliência, consolidação e diversificação da indústria. Além disso, a expansão e o posicionamento da indústria devem-se aos esforços concertados das empresas nacionais para aumentar a sua presença no mercado global de videojogos. Também se verifica um aumento no número de novos estúdios a estabelecer operações em Portugal, destacando o crescente interesse internacional no país como um hub de desenvolvimento de videojogos.

A área de business da Gamescom é dedicada a profissionais da indústria, concebida para facilitar o networking, negócios e parcerias. Jeferson Valadares destacou que o primeiro pavilhão português contou com a presença de 10 empresas nacionais, incluindo estúdios como ONTOP, Redcatpig e One Way Eleven; prestadores de serviços como Kokku; fornecedores de ferramentas como Anybrain e Testwaves; e plataformas de distribuição como Aptoide. Além disso, mais de 25 empresas portuguesas tiveram representantes no evento, e um número ainda maior de profissionais portugueses que trabalham em empresas estrangeiras também esteve presente.

O primeiro pavilhão português na área de negócios da Gamescom permitiu que os produtores locais e outras empresas da indústria de videojogos mostrassem Portugal no palco global, fomentando a internacionalização das empresas portuguesas através do estabelecimento de novas conexões, reforçando relações com parceiros antigos e aproximando a comunidade portuguesa de produtores que trabalham tanto em Portugal como no resto do mundo.

Após o sucesso da colaboração entre a APVP e o eGames Lab, que culminou no primeiro pavilhão português na Game Developers Conference com a presença de 14 empresas portuguesas, a presença nacional foi reforçada nos maiores palcos de videojogos, desta vez em Colónia, na Gamescom. Além dos membros da APVP, esta iniciativa também contou com a participação de membros do consórcio do eGames Lab e empresas do Gaming Hub, um dos vários verticais da Unicorn Factory Lisboa.

Adicionalmente, no dia 20 de agosto, a APVP participou na Assembleia Geral da Federação Europeia de Produtores de Videojogos (EGDF), realizada na Gamescom. A APVP esteve ativamente envolvida nas discussões sobre a visão e a estratégia das associações europeias. Jeferson Valadares, representante da associação na assembleia, destacou a importância da união em tempos desafiantes e a necessidade de trabalhar em conjunto para posicionar a Europa como um centro global de produção de videojogos.

Desde o início das suas atividades, a APVP tem trabalhado de perto com a EGDF, reconhecendo que as políticas europeias têm um impacto direto no desenvolvimento da indústria em Portugal, proporcionando os recursos e condições necessárias para que os produtores nacionais possam competir a nível internacional. Um exemplo do impacto das instituições europeias na indústria portuguesa é a participação do estúdio Camel 101 no pavilhão da Europa Criativa, um programa da União Europeia de apoio aos setores culturais e criativos. Juntamente com outros produtores europeus, o estúdio português teve a oportunidade de mostrar o jogo Beneath a editoras e à imprensa.

Um dos momentos mais destacados no Pavilhão Português foi a Happy Hour organizada em colaboração com a DevGAMM no dia 22 de agosto. Este encontro reuniu a comunidade de produtores de videojogos, proporcionando uma plataforma para que mais de 150 profissionais de diversos pavilhões e países se conectassem e trocassem ideias. Esta parceria com a DevGAMM também teve como objetivo promover o próximo DevGAMM Lisboa, que terá lugar a 14 e 15 de novembro deste ano em Cascais, com oradores internacionais confirmados de empresas como Mojang Studios, Guerrilla Games e IO Interactive.

O primeiro Pavilhão Português na área de business da Gamescom encerrou no dia 23 de agosto. No entanto, a presença da indústria portuguesa em Colónia não terminou aí. Na zona dedicada aos consumidores, aberta de 22 a 25 de agosto, alguns produtores nacionais tiveram a oportunidade de mostrar os seus mais recentes títulos a mais de 335 mil visitantes.

No espaço indie, estiveram presentes dois jogos portugueses: Exophobia, do estúdio Zarc Attack, e Townseek, do estúdio Whale And Games. Além disso, o jogo Dune Awakening, que contou com a contribuição significativa do estúdio da Funcom em Lisboa, teve destaque na Opening Night Live e um espaço promocional dedicado na Gamescom.