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Lançado a 6 de março de 2025 pela Hazelight Studios, Split Fiction é um jogo cooperativo disponível para PC, PS5 e Xbox Series X|S. Neste título, dois jogadores exploram mundos de ficção científica e fantasia enquanto resolvem puzzles e superam desafios juntos, utilizando uma mecânica inovadora de “dividir a realidade” ou “realidade dividida”, tal como apelidado pelo estúdio.

Nesta análise, iremos explorar detalhadamente os elementos que definem o jogo, desde a jogabilidade à narrativa, bem como os seus pontos fortes e fracos.

Hazelight Studios Da visão cinematográfica ao mundo dos videojogos

A história da Hazelight Studios é uma narrativa fascinante de criatividade e inovação. Fundada em 2014 por Josef Fares, um cineasta sueco de origem libanesa, a Hazelight nasceu com a missão de explorar o potencial narrativo e emocional dos videojogos. Antes de fundar o estúdio, Fares já havia deixado a sua marca no mundo dos jogos com Brothers: A Tale of Two Sons, um título aclamado pela crítica que combinava mecânicas cooperativas com uma narrativa profundamente emocional.

Após o sucesso de Brothers, Fares reuniu uma equipa de talentos criativos, incluindo membros-chave do desenvolvimento do jogo anterior, para formar a Hazelight Studios em Estocolmo, Suécia. Desde o início, o estúdio focou-se em criar experiências cooperativas únicas, onde a interação entre os jogadores fosse o coração da jogabilidade. Este compromisso resultou no lançamento de A Way Out em 2018, um jogo exclusivamente cooperativo que desafiava os jogadores a trabalharem juntos para escapar de uma prisão.

O próximo marco na trajetória da Hazelight foi It Takes Two, lançado em 2021. Este jogo elevou ainda mais o padrão para experiências cooperativas, combinando mecânicas de jogo inovadoras com uma narrativa que explorava temas de relacionamento e colaboração. O título foi amplamente elogiado e ganhou o prémio de Jogo do Ano no The Game Awards de 2021.

O Caminho para Split Fiction

Com o sucesso de It Takes Two, a Hazelight Studios consolidou-se como um dos estúdios mais inovadores no género de jogos cooperativos. Este sucesso abriu caminho para o desenvolvimento de Split Fiction, um projeto ainda mais ambicioso. A ideia para o jogo surgiu da vontade de explorar a criatividade e a imaginação humanas, temas que ressoam profundamente com a visão de Fares e da sua equipa.

O desenvolvimento de Split Fiction foi um processo colaborativo que envolveu uma equipa diversificada de artistas, programadores e designers. Utilizando o Unreal Engine 5, a Hazelight conseguiu criar mundos vibrantes e detalhados que refletem a dualidade dos protagonistas do jogo: Mio e Zoe. A narrativa do jogo, que mistura ficção científica e fantasia, é um testemunho da capacidade do estúdio de contar histórias complexas e emocionalmente ressonantes.

O que tornou Split Fiction possível

Vários fatores contribuíram para o sucesso de Split Fiction. Primeiro, a experiência acumulada da Hazelight em criar jogos cooperativos permitiu-lhes refinar as mecânicas e a narrativa para oferecer uma experiência ainda mais polida. Segundo, o apoio contínuo da Electronic Arts, através do programa EA Originals, garantiu que o estúdio tivesse os recursos necessários para realizar a sua visão sem comprometer a criatividade.

Além disso, a Hazelight beneficiou de avanços tecnológicos, como o Unreal Engine 5, que possibilitaram a criação de ambientes imersivos e mecânicas de jogo inovadoras. A dedicação da equipa em explorar novas ideias e desafiar convenções também foi crucial para o desenvolvimento do jogo.

Com Split Fiction, a Hazelight Studios não apenas reafirma a sua posição como líder no género de jogos cooperativos, mas também demonstra o poder dos videojogos como uma forma de arte que pode inspirar, conectar e emocionar.

Análise Split Fiction

Split Fiction é construído em torno de uma premissa cooperativa: dois jogadores exploram mundos interligados enquanto resolvem desafios interativos. O jogo apresenta mecânicas variadas, que alternam entre plataformas, puzzles lógicos, sequências de perseguição e combate estratégico. Esta diversidade força os jogadores a coordenarem ações constantemente e a pensarem em conjunto para superar obstáculos.

No PC, a plataforma utilizada para esta análise, as opções de input são flexiveis. O teclado e rato oferecem precisão para algumas sequências mais técnicas, enquanto os controladores de consola fornecem uma experiência de jogo fluida, especialmente devido ao suporte para vibração. Há uma curva de aprendizagem moderada em alguns momentos, mas o design dos níveis adapta-se bem à progressão dos jogadores.

Uma parte interessante do jogo é como cada jogador tem habilidades únicas, que mudam de nível para nível. Isto reforça a ideia de interdependência, obrigando os jogadores a trabalharem em equipa. Dividir as tarefas nem sempre é óbvio, o que adiciona uma camada de criatividade e experimentação.

Vamos mergulhar nos detalhes, sem revelar spoilers, para entender o que faz de Split Fiction um jogo digno de atenção.

O Ritmo da História: Uma conexão entre a narrativa e a jogabilidade

A narrativa de Split Fiction é desenvolvida de forma cuidadosa, mantendo um equilíbrio entre momentos emocionais profundos e interações leves e bem-humoradas. A história é centrada em Mio e Zoe, duas autoras aspirantes que, ao se verem presas numa máquina que dá vida às suas histórias, terão de trabalhar juntas para navegar pelos mundos que criaram, onde cada ação dentro do jogo é intrinsecamente ligada à história, e esta conexão é o que faz o ritmo narrativo se destacar.

Conexão com a jogabilidade

Cada nível do jogo não só apresenta novos desafios e mecânicas, mas também reflete o estado emocional ou temático da narrativa naquele momento. Por exemplo, num capítulo que explora a tensão e a falta de sincronização entre as protagonistas, os jogadores enfrentam um puzzle onde a solução depende de ações perfeitamente coordenadas. Neste contexto, o jogo utiliza mecânicas que reforçam a necessidade de comunicação e paciência entre os dois jogadores. Num momento mais introspectivo da história, os níveis adotam um design mais contemplativo, com ambientes vastos e calmos que incentivam os jogadores a explorar e refletir. Aqui, a jogabilidade é propositalmente mais lenta, permitindo que a narrativa e os diálogos entre Mio e Zoe tenham mais destaque.

Paralelismos com o mundo real

Um dos aspectos mais fascinantes da história é como ela reflete, de maneira simbólica, as dinâmicas das relações reais. Em cenários onde Mio e Zoe estão em desacordo, o jogo cria situações em que os jogadores precisam tomar decisões opostas, o que leva a pequenas divergências na progressão, mas também força ambos a resolverem os problemas juntos. Nos momentos de união ou superação de diferenças, os puzzles muitas vezes exigem que os jogadores combinem habilidades distintas de maneiras criativas, como um deles ativando mecanismos enquanto o outro controla plataformas. Estes desafios simbolizam a colaboração e o entendimento mútuo que as personagens vão desenvolvendo.

Estrutura narrativa

A história é contada em capítulos, com cada um representando um género literário ou um dos mundos fictícios criados por Mio e Zoe. Esta abordagem dá ao jogo uma sensação de constante renovação, já que cada capítulo oferece não apenas um novo ambiente visual, mas também novas mecânicas que exploram temas específicos. Por exemplo, um capítulo ambientado num mundo de ficção científica explora a ideia de controlo e perda, onde as decisões dos jogadores têm impacto direto no desfecho do nível. Já outro, situado num cenário de fantasia, usa mecânicas mágicas para aprofundar a narrativa sobre confiança e superação de medos.

Momentos de silêncio e introspeção

O jogo também sabe usar momentos de pausa para destacar o peso emocional da história. Em certos momentos, os jogadores percorrem áreas tranquilas, onde os diálogos entre Mio e Zoe revelam mais sobre as suas personalidades, os seus sonhos e as suas frustrações. Esta pausa na ação permite que os jogadores se conectem mais profundamente com os personagens e a mensagem do jogo.

Um espetáculo para os sentidos

Split Fiction utiliza uma paleta de cores que alterna magistralmente entre tons vibrantes e melancólicos, dependendo do tom narrativo de cada segmento. Esta escolha não apenas reforça a atmosfera única de cada cenário, mas também guia subtilmente o jogador pelas emoções que a história quer transmitir.

Os ambientes são tão variados quanto detalhados, transportando os jogadores de cidades futuristas decadentes a mundos de fantasia profundamente imaginativos. Cada local é construído com um nível de atenção ao detalhe impressionante, o que incentiva a exploração e a apreciação dos pequenos pormenores que enriquecem a experiência.

A direção de arte é um elemento central no jogo, com cada elemento visual contribuindo diretamente para a narrativa. Texturas intricadas e designs ousados tornam cada cenário um componente ativo da história, ampliando o impacto emocional das ações dos protagonistas. A iluminação, por sua vez, merece destaque como uma ferramenta essencial, sendo usada de forma inteligente não apenas para criar atmosferas ricas, mas também para orientar o jogador de forma subtil e eficaz.

Do ponto de vista técnico, Split Fiction mostra-se sólido no PC. O desempenho mantém-se consistente, mesmo em configurações gráficas médias. Com hardware mais robusto, o suporte para resoluções em 4K e altas taxas de fotogramas faz elevar a experiência a um nível técnico digno das capacidades modernas.

Mais do que um jogo, os visuais de Split Fiction são uma extensão da sua narrativa, um elemento que inspira e envolve o jogador do início ao fim. A qualidade visual aqui não é apenas estética, mas parte integrante de como o jogo se comunica e se conecta com quem o joga.

Experiência Sonora Memorável

O design sonoro de Split Fiction é um elemento fundamental que amplifica a experiência de jogo de forma poderosa e subtil. A banda sonora, composta por uma combinação de temas atmosféricos e músicas mais intensas, adapta-se com naturalidade ao desenrolar da narrativa. Momentos de ação são enriquecidos por composições que aumentam a tensão, enquanto sequências mais contemplativas beneficiam de temas melódicos que criam uma sensação de introspeção.

Os efeitos sonoros são meticulosamente trabalhados, contribuindo para a imersão em cada cenário. Desde o som discreto dos passos em superfícies diferentes até ecos que sugerem vastidão ou confinamento, cada detalhe sonoro tem um propósito narrativo. Em momentos de maior surrealismo, sons ambientais cuidadosamente integrados ajudam a dar vida aos mundos de ficção científica e fantasia, reforçando a atmosfera e destacando elementos-chave do jogo.

A dobragem é outro destaque, com interpretações convincentes que dão profundidade emocional aos personagens. Infelizmente, o português só está disponível nas legendas, mas para efeitos de análise, experimentámos outras linguas como o francês e o espanhol, para além do inglês, claro! O desempenho vocal transmite autenticidade, sem cair em exageros, e serve como um elo que aproxima o jogador das jornadas dos protagonistas. Além disso, o jogo utiliza o silêncio com maestria, permitindo que a ausência de som crie momentos de tensão ou reflexão que deixam uma impressão duradoura.

A combinação entre música, efeitos e silêncio não apenas dá suporte à narrativa de Split Fiction, mas também a transforma numa experiência sonora completa, onde cada componente é pensado para envolver o jogador de forma profunda e emocionalmente rica.

A jogabilidade: Desafios criativos e mecânicas únicas

O gameplay de Split Fiction combina elementos tradicionais de exploração, ação e resolução de puzzles com mecânicas inovadoras que tornam a experiência única. O verdadeiro núcleo do jogo está na sua mecânica central, que permite aos jogadores “dividir” a realidade para interagir com o ambiente de formas criativas. Esta habilidade é utilizada de maneira consistente em puzzles e progressão de nível, oferecendo desafios que estimulam tanto o pensamento lógico quanto a intuição.

A capacidade de “dividir” a realidade é explorada de maneiras variadas ao longo do jogo. Sem entrar em spoilers, esta mecânica permite que os jogadores criem novos caminhos, alterem objetos ou revelem camadas ocultas nos cenários. Cada puzzle utiliza essa habilidade de forma distinta, garantindo que as soluções nunca sejam repetitivas. Um exemplo inclui um segmento onde os jogadores precisam de alternar rapidamente entre estados da realidade para evitar armadilhas e progredir através de um ambiente dinâmico.

Além disso, cada protagonista possui habilidades únicas que complementam essa mecânica central. Enquanto um jogador pode manipular o ambiente de maneiras específicas, o outro pode controlar entidades ou objetos que adicionam uma camada adicional de estratégia. Este equilíbrio entre as funções dos personagens reforça a necessidade de colaboração contínua entre os jogadores.

Exploração e Progressãoo

Os cenários em Split Fiction incentivam a exploração, com áreas cheias de detalhes que recompensam os jogadores curiosos com segredos narrativos ou itens que enriquecem a experiência. A progressão do jogo é cuidadosamente equilibrada, oferecendo desafios que aumentam em complexidade sem se tornarem excessivamente frustrantes. A fluidez desta progressão evita que os jogadores se sintam estagnados ou sobrecarregados.

Ação e dinamismo

Embora o foco principal esteja nos puzzles e na colaboração, momentos de ação esporádicos adicionam dinamismo à experiência. Estas sequências, muitas vezes intensas, funcionam como picos de tensão que contrastam com a resolução de puzzles, mantendo o ritmo variado. O design dos controlos é preciso e responsivo, o que é fundamental para um jogo que exige interatividade direta com o ambiente.

A experiência colaborativa

Outro ponto alto da jogabilidade é como o jogo usa os desafios para fortalecer a dinâmica de cooperação entre os jogadores. Em muitas situações, as habilidades dos dois personagens precisam de ser utilizadas simultaneamente. Por exemplo, enquanto um jogador cria um caminho dividindo a realidade, o outro terá de sincronizar os seus movimentos para atravessar obstáculos temporários. Estas interações promovem não apenas a coordenação, mas também momentos de improvisação.

Desempenho técnico no PC: Estabilidade e opções

Split Fiction apresenta um desempenho sólido no PC, a plataforma utilizada para esta análise. Mesmo em configurações médias, o jogo mantém uma taxa de fotogramas estável, evitando quedas bruscas que poderiam prejudicar a experiência. As opções de personalização gráfica são robustas, permitindo ajustes como sombras, texturas e anti-aliasing. Isto torna o jogo acessível a uma ampla gama de sistemas.

O jogo também é compatível com uma variedade de controladores, incluindo o DualSense e o Xbox Controller. A configuração é intuitiva e o processo de entrada no modo cooperativo local ou online é direto, sem complicações técnicas.

Pontos Negativos: Questões de ritmo e repetição

Apesar de ser uma experiência sólida e criativa, Split Fiction apresenta alguns aspetos que poderiam ser mais refinados. Um dos pontos mais notáveis é a ocasional repetitividade da mecânica de “dividir a realidade”. Embora esta seja o ponto central do gameplay e traga momentos de inspiração, existem segmentos em que a sua aplicação não parece tão inventiva, especialmente em puzzles com soluções mais previsíveis. Por exemplo, em níveis intermediários, há desafios que reutilizam conceitos introduzidos anteriormente, o que pode fazer com que o jogador se sinta menos desafiado.

A narrativa, por mais envolvente que seja, pode tornar-se um pouco confusa em determinados momentos, especialmente para jogadores que não acompanham todos os diálogos ou subtilezas dos eventos. Em capítulos que misturam múltiplos temas de ficção científica e fantasia, a ligação entre algumas transições de mundos não é tão clara, o que pode levar a uma sensação de desconexão temporária da história.

Outro ponto que merece atenção é que Split Fiction não é um jogo para todos os tipos de jogadores. Apesar de ser um dos melhores jogos de plataformas e puzzles dentro do género, a sua proposta não será tão apelativa para gamers hardcore que preferem experiências de ação intensa e combate. A estrutura do jogo é claramente voltada para o jogador ocasional, focando na colaboração e na exploração em vez de adrenalina ou competição.

Além disso, a duração do jogo pode ser um fator divisivo. A campanha principal pode ser completada em aproximadamente 8 a 10 horas, dependendo do ritmo dos jogadores. Embora esta duração seja suficiente para contar a história de forma coesa, alguns podem sentir que determinados capítulos poderiam ter sido mais aprofundados ou que mecânicas adicionais poderiam ter sido introduzidas para prolongar a experiência.

Adicionalmente, a dependência de cooperação intensa entre os dois jogadores, embora seja a força do jogo, pode ser uma barreira para aqueles que jogam com parceiros menos experientes ou que não têm comunicação eficaz. Em certos momentos, a falta de sincronia pode tornar a progressão mais frustrante do que desafiadora, especialmente em puzzles que requerem coordenação precisa.

Apesar desses pontos, as imperfeições de Split Fiction não anulam a qualidade geral da experiência. Elas servem mais como lembretes de que até os melhores jogos podem ser aprimorados. A criatividade e a execução ainda são as grandes estrelas deste título. Se estes aspetos fossem ligeiramente mais refinados, poderiam elevar a experiência a um patamar ainda maior.

Conclusão

Split Fiction reflete a evolução criativa da Hazelight Studios, consolidando o seu compromisso com experiências cooperativas únicas e narrativas profundas. Desde o seu primeiro trabalho com A Way Out até ao sucesso de It Takes Two, o estúdio mostrou um talento inegável para explorar o potencial do jogo em dupla. Este título expande essa visão com a mecânica de “dividir a realidade”, que é criativa e desafiante, enriquecendo o design de puzzles e a colaboração entre jogadores.

Entre os pontos positivos, destacam-se a diversidade visual, a banda sonora imersiva, a narrativa que explora temas emocionais e a integração coesa entre gameplay e história. A mecânica central é fresca e marcante, oferecendo uma jogabilidade que exige coordenação constante. No entanto, o jogo não está isento de fragilidades. A curva de aprendizagem mais demorada pode afastar jogadores menos dedicados, e a repetitividade em algumas fases pode reduzir a sensação de inovação. Além disso, a proposta de jogo – focada em puzzles e cooperação – não é adequada para gamers que procuram ação ou desafios competitivos mais intensos.

Quanto ao futuro, Split Fiction deixa espaço para expansão. O universo criativo apresentado no jogo e as mecânicas inovadoras sugerem potencial para conteúdos adicionais ou até uma continuação que explore novos horizontes.

No geral, Split Fiction é uma experiência cuidadosamente projetada, que brilha pela sua criatividade e capacidade de conectar jogadores. Embora tenha limitações que o tornam mais indicado para jogadores ocasionais ou apreciadores de narrativas envolventes, a obra destaca-se como uma celebração da colaboração e da imaginação, provando que a Hazelight continua a inovar e a redefinir o género cooperativo.

[Análise baseada na versão de Split Fiction para PC, gentilmente cedida pelo representante nacional da Electronic Arts]