O inicio da pandemia e a chegada do confinamento em 2020 fez acelerar a posição dominante dos meios digitais, tanto como fonte de entretenimento, como para a realização de compras a partir do conforto do lar.
Segundo o Digital Consumer Survey Portugal 2021 da Nielsen & Dynata, os portugueses passam 43% da semana ligados à Internet, o que significa que passam mais tempo conectados do que a dormir, constituindo uma média de 72 horas por semana de conexão à Internet. Deste tempo, dedicamos uma média de 13 horas semanais às redes sociais, sendo 23% do tempo total passado a ver conteúdo de influenciadores, sobretudo no Instagram.
A maioria dos portugueses utiliza a Internet diariamente e este hábito revela uma certa preferência por dispositivos diferentes para estabelecer essa ligação. Assim, 95% ligam-se à Internet a partir do smartphone, 75% fazem-no através do computador.
O que fazemos nos nossos dispositivos?
Embora estejamos sempre atentos aos nossos dispositivos, o tipo de uso que lhes damos depende da atividade que realizamos. O estudo indica que 79% dos portugueses utilizam o smartphone para fazer videochamadas, enquanto 77% utiliza-o para verificar as suas redes sociais. Já nos computadores, 77% utilizam-nos preferencialmente para consultar emails e 71% para procurar informação, apesar de o computador ser também bastante utilizado para trabalhar, para fazer compras e ler notícias. A Smart TV é utilizada por 44% dos portugueses principalmente para ver filmes, e os equipamentos de altavoz inteligentes são apenas utilizados por 16% para procura de informações.
Em relação ao tempo que passamos a utilizar os nossos dispositivos, o relatório dá vantagem às plataformas em termos de utilização maioritária da Internet.
Em números, o estudo refere que passamos em média 15 horas por semana a ver vídeos em plataformas de streaming, em comparação com as 13 horas semanais dedicadas às redes sociais e às 14 horas por semana a ver televisão.
Para além destas atividades – que ocupam a maior parte da nossa semana – passamos algum tempo a realizar outro tipo de atividades online, tais como enviar mensagens, fazer chamadas de vídeo e compras online.
O efeito duplo ecrã é hoje uma realidade
O Digital Consumer Survey Portugal 2021 revela dados acerca da forma como utilizamos os nossos dispositivos e salienta que 93% dos portugueses veem televisão e utilizam a Internet em simultâneo num segundo ecrã (no telemóvel ou tablet). Destes, 47% utilizam o ecrã duplo diariamente.
Efeito duplo ecrã: consumimos vídeos online, vemos televisão e estamos nas redes sociais simultaneamente.
Entre os utilizadores que praticam o duplo ecrã, 80% optam pelo smartphone. Destes:
- 70% utilizam para verificar as redes sociais,
- 49% para enviar mensagens e conversar online,
- 60% para ler emails.
É precisamente esta situação que explica o facto de 82% das pessoas afirmarem ser utilizadores ativos das redes sociais.
Na sequência da pandemia e do confinamento, vimo-nos obrigados a ficar em casa durante vários meses, e por isso aumentámos o número de horas que passamos a realizar as nossas principais atividades simultaneamente.
Que rede social preferimos?
O Facebook é o que se destaca acima de todas as outras no nosso país, com uma média de 4,2 horas de utilização, sendo que no caso das mulheres entre os 30 e 39 anos a média sobe para 4,6 horas por semana e no caso dos homens acima de 50 anos de idade, o uso médio de utilização sobe para 5,1 horas por semana.
A segunda rede social mais utilizada em Portugal é o Instagram, com uma média global de utilização de 3,3 horas por semana, estando o terceiro lugar ocupado pelo Tik Tok, na qual a utilização média é de 2,3 horas por semana, sendo esta última utilizada pelos mais jovens, uma vez que se trata de uma rede social que ganhou recentemente popularidade.
O estudo não refere em que posição se coloca o Twitter.
O papel dos influenciadores
Das 13 horas, em média, que passamos em redes sociais, 3 delas são passadas na companhia de influenciadores, o que significa que 23% do tempo que passamos em redes sociais é dedicado a conhecer as suas opiniões.
- 30% das pessoas procuram recomendações úteis e estão principalmente interessados em descobrir diretamente as opiniões destas figuras, acerca de benefícios e vantagens dos produtos, marcas, atividades e outros aspetos do dia a dia.
- 57% revelam que as opiniões dos influenciadores têm algum tipo de impacto nas suas perceções das marcas e produtos.
Quanto ao poder que as diferentes redes sociais têm para transmitir as mensagens dos influenciadores, 29% encontram-nas no Instagram e 20% no Facebook.
Os dados do estudo revelam que o impacto gerado pelos influenciadores vai continuar a crescer.
A capacidade de associar diretamente as atividades dos influenciadores aos hábitos de consumo das pessoas, está a fazer com que as marcas comecem a repensar a forma como utilizam o orçamento de marketing para atingir públicos específicos.
Com o InfluenceScope, a Nielsen descobre influenciadores que ajudam a impulsionar a distribuição de conteúdo, analisa o potencial de uma campanha e dos talentos envolvidos e avalia campanhas inteiras, para que os clientes possam ficar por dentro das tendências de marketing de influência e tomar decisões mais informadas para otimizar o investimento.
Maira Barcellos, diretora da Nielsen para Espanha e Portugal:
“As tendências de consumo despoletadas pela pandemia levaram a um novo olhar sobre as plataformas que devem ser utilizadas pelos players do mercado, colocando o modelo digital como uma oportunidade de crescimento e investimento em 2021.”